‘Efeito CSI’ mudou investigações na vida real e trouxe sérias consequências

As pessoas esperam que nos julgamentos reais aconteça o mesmo que assistimos nas séries.

Quem é que nunca assistiu uma série policial? Acima de tudo, é viciante acompanhar tramas onde profissionais utilizam diferentes técnicas e estratégias para solucionar crimes, contudo, fora das telinhas as coisas são diferentes. O chamado ‘efeito CSI’ mudou as investigações na vida real, e se engana quem pensa que isso é um aspecto positivo ou favorável às autoridades.

A princípio, a teoria aponta que os jurados têm chances menores de condenar um indivíduo, caso não haja evidências forenses: DNA, informações balísticas, impressões digitais, etc. Em outras palavras, existe a possibilidade de um criminoso sair ileso, em decorrência do ‘efeito CSI’, também abordado em outras tramas, como ‘Law & Order: SVU’. Tal método funcionaria para garantir uma justiça menos falha, todavia, a investigação forense não funciona do modo em que vemos na televisão.

Com informações do Looper, relacionar um suspeito a uma cena de crime por meio de impressão digital pode levar meses e até mesmo anos. Em contrapartida, nas séries policiais tudo se resolve em poucas horas ou dias. Sendo assim, o ‘efeito CSI’ preocupa tanto os especialistas, que o Instituto Nacional de Justiça dos Estados Unidos realizou um estudo para comprovar se tal fenômeno é real.

Cartaz da série que fez surgiu o efeito CSI.
Cartaz da última temporada de CSI. (Imagem: Divulgação)

Conforme resultado da análise, não houve material o suficiente para comprovar sua veracidade, entretanto, descobriram outras informações importantes (e até mesmo surpreendentes). Em decorrência dessas tramas na TV, mais pessoas aguardam por provas de DNA em crimes violentos, especialmente em casos de estupro. Em outras palavras, 73% dos entrevistados esperam por evidências forenses, o que nem sempre existe.

As verdadeiras razões para o surgimento do ‘efeito CSI’

Em crimes mais leves, testemunhas oculares e depoimento das vítimas já são o suficiente para condenar alguém. O ‘efeito CSI’ pode trazer um aspecto negativo à sociedade, pois cria expectativas impossíveis em jurados, que vão ao julgamento esperando por algo que pode não acontecer.

Uma das cenas de CSI.
Cena de investigação. (Imagem: Divulgação)

Em 6 de outubro de 2000, ia ao ar o primeiro episódio de ‘CSI: Investigação Criminal’, que acompanhava um grupo de cientistas forenses no departamento de criminalística da polícia de Las Vegas, Nevada. A equipe desvendava crimes e mortes em circunstâncias pouco comuns e até mesmo bizarras. Em decorrência do grande sucesso, três spin-offs foram desenvolvidos: ‘CSI Miami’, ‘CSI NY’ e ‘CSI: Cyber’, que seguiam a mesma proposta da trama original.

Ao longo de sua exibição, alcançou ótimos índices de audiência e bateu recordes, entre eles o de abertura mais cara da história, desenvolvida na décima temporada, que custou quatrocentos mil dólares. Contudo, o sucesso também traz ônus, como o ‘efeito CSI’, onde o público teve acesso à informações que nem sempre estão presentes na vida real, dificultando o trabalho da polícia e de jurados. Então, você acredita que uma obra de TV consegue influenciar os indivíduos de tal maneira? Para ficar por dentro de tudo que acontece no universo dos filmes, séries e streamings, acompanhe o Cinepoca também pelo Facebook e Instagram!

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