O final de ‘The Prestige’ é conhecido por sua complexidade e reviravoltas, explorando a rivalidade entre dois mágicos, Borden e Angier. A trama mergulha em narradores não confiáveis, revelações chocantes sobre gêmeos idênticos e a introdução surpreendente de ficção científica com clonagem. A ambiguidade sobre quem realmente sobrevive no truque final de Angier e a natureza da identidade são pontos chave, tornando o final um enigma fascinante e aberto a múltiplas interpretações.
Se você saiu do cinema com a sensação de que sua mente tinha acabado de ser transportada para outra dimensão depois de assistir ‘O Grande Truque’ (The Prestige), relaxa, você não está sozinho! O final de ‘The Prestige’ é daqueles que te deixam pensando por dias, e é exatamente essa a genialidade de Christopher Nolan. Prepare-se para mergulhar nos segredos mais obscuros desse final que, com certeza, passaram despercebidos na sua primeira (ou até na décima) vez!
Narradores Não Confiáveis: A Base da Confusão em ‘The Prestige’
Uma das primeiras camadas de complexidade que tornam o final de ‘The Prestige’ tão intrincado é a questão dos narradores não confiáveis. Pense bem: a história é contada através dos diários de Borden e Angier. Mas, opa, quem são Borden e Angier de verdade? E qual versão deles está escrevendo? Essa brincadeira com a perspectiva já começa a embaralhar tudo desde o início.
A sacada de Nolan aqui é genial porque ele nos coloca no mesmo barco que os personagens. Nós, assim como eles, estamos tentando desvendar a verdade em meio a um mar de ilusões e manipulações. Cada palavra que lemos (ou ouvimos em voice-over) pode ser uma peça de um quebra-cabeça, ou apenas mais uma cortina de fumaça para nos distrair do verdadeiro truque.
Essa técnica narrativa faz com que questionemos tudo o que vemos e ouvimos. Será que podemos confiar em Borden? E em Angier? A resposta curta é: provavelmente não totalmente. E essa incerteza é o tempero secreto que faz o final de ‘The Prestige’ ser tão… bem, prestigiado!
O Segredo dos Gêmeos Borden: Simples, Mas Genial
No meio de tanta complexidade, o truque de Borden, o “Homem Transportado”, até que é relativamente simples, mas não menos chocante. A grande revelação é que Alfred Borden não é uma pessoa, mas sim duas: gêmeos idênticos! Essa informação explode nossas cabeças e ressignifica tudo o que vimos até então.
Os irmãos Borden dedicaram suas vidas inteiras a essa farsa, alternando-se na vida pública e amorosa como se fossem uma única pessoa. Imagine o nível de comprometimento (e loucura!) para manter uma mentira dessas por tanto tempo. E o pior (ou melhor, dependendo do ponto de vista): ninguém, nem mesmo suas amantes, desconfiava de nada!
Essa dualidade de Borden é a chave para o seu truque. Enquanto um irmão se apresentava no palco, o outro já estava nos bastidores, pronto para "reaparecer" magicamente do outro lado. Simples, mas incrivelmente eficaz. E, claro, completamente inesperado para quem assiste ‘The Prestige’ pela primeira vez.
Essa revelação sobre os gêmeos Borden não só explica o truque, mas também a personalidade complexa e aparentemente contraditória de Borden. As diferentes facetas que víamos nele agora fazem sentido: eram personalidades distintas, cada irmão com suas próprias nuances e segredos. É um plot twist que te faz querer rever o filme inteiro para pegar todas as pistas que passaram batidas.
A Obsessão de Angier e a Clonagem: Ficção Científica no Mundo da Mágica
Se o truque de Borden era "simplesmente" ter um irmão gêmeo, Angier leva a obsessão a um nível estratosférico (e meio bizarro). Para superar Borden e replicar o truque do Homem Transportado, Angier não apela para um irmão gêmeo, mas sim para a ficção científica: a clonagem humana! Sim, você leu certo. Clonagem em um filme sobre mágicos do século XIX.
A busca de Angier pelo segredo perfeito o leva até Nikola Tesla, um cientista excêntrico que constrói uma máquina capaz de duplicar objetos (e, aparentemente, pessoas). É aí que ‘The Prestige’ dá uma guinada inesperada, misturando o ilusionismo com elementos de ficção científica. E essa mistura, confessa, é um tanto quanto perturbadora.
O truque de Angier, então, passa a ser realizado com a ajuda da máquina de Tesla. A cada apresentação do Homem Transportado, um Angier entra na máquina e… outro Angier sai do outro lado. Mágica? Ciência? Loucura? Um pouco de cada, talvez. E é essa ambiguidade que torna o final de ‘The Prestige’ tão fascinante e, ao mesmo tempo, tão difícil de digerir.
Quem Morre? O Original ou o Clone? A Grande Pulga Atrás da Orelha
E aqui chegamos ao ponto crucial da confusão do final de ‘The Prestige’: o que acontece exatamente com os clones de Angier? A máquina de Tesla cria duplicatas perfeitas, mas o que acontece com o Angier "original" quando o clone surge?
O filme nos mostra Angier repetindo o truque diversas vezes, e a cada vez, um novo Angier emerge enquanto outro é deixado para trás, afogando-se em um tanque d’água embaixo do palco. Mas qual Angier está morrendo? O original? Um clone anterior? E o Angier que sai ileso, é o original ou o clone que sobreviveu?
Nolan inteligentemente deixa essa questão em aberto. Não temos como saber quem é quem, quem sobrevive e quem morre. Essa incerteza proposital nos força a confrontar a natureza da identidade e da mortalidade. Será que importa qual Angier morre, se todos eles são, de certa forma, o mesmo Robert Angier?
Essa ambiguidade é o que torna o final de ‘The Prestige’ tão debatido e interpretativo. Cada espectador pode ter sua própria teoria sobre o que realmente acontece com Angier e seus clones. E essa liberdade de interpretação é, sem dúvida, uma das maiores qualidades do filme.
A Complexidade Desnecessária de Angier: Autossabotagem ou Gênio Obscuro?
Comparando os truques de Borden e Angier, fica claro que Angier escolheu o caminho mais tortuoso e complicado para alcançar o mesmo resultado. Enquanto Borden usou a simplicidade de um gêmeo, Angier embarcou em uma jornada científica maluca e moralmente questionável com a clonagem.
Por que Angier complicou tanto as coisas? Seria pura obsessão por superar Borden a qualquer custo? Ou há algo mais profundo por trás dessa escolha? Talvez Angier, no fundo, não estivesse apenas interessado em um truque de mágica, mas sim em desafiar os limites da ciência e da própria vida.
Essa complexidade desnecessária do truque de Angier pode ser vista como uma metáfora para a própria natureza da ambição e da obsessão. Às vezes, na busca pela perfeição e pela superação, acabamos nos perdendo em labirintos que nós mesmos construímos. E, no final, a pergunta que fica é: será que todo esse esforço e sacrifício realmente valeram a pena?
Um Final Confuso de Propósito: Nolan e a Arte do Ilusionismo Cinematográfico
No final das contas, a confusão do final de ‘The Prestige’ não é um defeito, mas sim uma característica intencional e brilhante. Christopher Nolan, como um mestre ilusionista, nos entrega um filme que é, em si, um grande truque de mágica. Ele nos distrai, nos engana e nos surpreende, tudo para nos deixar com aquela sensação de "peraí, o que acabou de acontecer?".
Assim como em ‘A Origem’ e ‘Tenet’, Nolan não tem medo de deixar pontas soltas e questões sem respostas. Ele confia na inteligência do público para preencher as lacunas e construir suas próprias interpretações. E é justamente essa interatividade que torna seus filmes tão memoráveis e revisitados.
O final de ‘The Prestige’, portanto, não é para ser completamente entendido, mas sim para ser sentido e questionado. É um convite para refletirmos sobre temas como obsessão, sacrifício, identidade e a própria natureza da realidade. E se você ainda está com a cabeça girando depois de ler tudo isso, bem-vindo ao clube! Afinal, desvendar os segredos de ‘The Prestige’ é um truque que talvez nunca seja completamente revelado.
Para ficar por dentro de tudo que acontece no universo dos filmes, séries e streamings, acompanhe o Cinepoca também pelo Facebook e Instagram!
Perguntas Frequentes sobre o Final de ‘The Prestige’
Qual é a grande reviravolta no final de ‘The Prestige’ envolvendo Borden?
A grande reviravolta sobre Borden é que ele é, na verdade, dois gêmeos idênticos que se revezaram ao longo da vida para executar o truque do ‘Homem Transportado’.
Como Angier realiza o truque do ‘Homem Transportado’ no final?
Angier usa uma máquina de clonagem inventada por Nikola Tesla para se duplicar a cada apresentação do truque, criando múltiplas versões de si mesmo.
O que acontece com os clones de Angier no final de ‘The Prestige’?
A cada apresentação do truque de Angier, um clone é criado e o Angier anterior (original ou clone) é aparentemente morto, afogando-se em um tanque de água. O filme deixa em aberto qual versão de Angier sobrevive no final.
Qual é o significado do final confuso de ‘The Prestige’?
O final confuso serve para destacar temas como obsessão, sacrifício e a natureza da identidade. Nolan usa a confusão intencionalmente para envolver o público e provocar reflexão sobre a história.